domingo, dezembro 18, 2005

Ali...

Ali percebi que não suporto esta sensação de impotência que me encerra o olhar...me pesa a face...me corrói a alma...esta sensação de tudo saber e nada poder fazer para que tu consigas acreditar...para que possas deixar as incertezas de lado, deitar as dúvidas janela fora...e possas olhar para mim como um todo nesta parte tão plena da nossa vida...a vida que uma noite destas fizémos nascer tão luminosa, mais brilhante que a própria luz...

Ali onde alguém na sua inocência, naquela que por toda a humanidade vagueia, principalmente naqueles que conseguem perceber a dor naquilo que escrevo...a dor que sinto...alguém escreveu “A morte é um promessa que nos fazem à nascença”...mas tu a mim, ali, quando eu nasci não me prometeste a morte...prometeste-me a vida...porque não alcanças agora o que contigo consegui alcançar?

Ali...naquele espaço sem igual, onde o mundo costuma parar de girar e só o que a nós diz respeito consegue manter-se perceptível...alcansável...intrepertável...ali onde a terra acaba e o mar começa...tão profundo, tão infinito...não senti a tua falta...porque tu estavas lá, a encher o espaço...porque a nossa alma permanecerá ali para todo o sempre...até ao dia em que juntos a formos recuperar...

Ali...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Teoria I - A vida como um dente

É para mim uma das mais básicas regras para se conseguir uma vida saudável, cheia, plena...sem margem para que, de certa forma, possa permanecer dentro de nós algo que nos impeça de fluir...Tal e qual como quando nos dói um dente, porque o mesmo apodreceu e somos obrigados a ir ao dentista...
A vida rege-se também por constantes dores, dúvidas, medos, receios...que só podem ser ultrapassados com atitudes, mesmo que saibamos que a dor do momento M, da hora H, do Dia D...do “arrancar do dente” venha a ser bem mais aguda que aquela mais angustiante, constante, penosa que consciente e inconscientemente temos de enfrentar todos os dias até tomar tal decisão...mas o facto é que terminado aquele momento, terminado o choque, arrancado o dente...nunca mais o mesmo nos irá doer...certo, bem sei que durante 2 ou 3 dias teremos de permanecer com uma sensação desagradável na boca e teremos de mastigar para o outro lado da falha...mas findada a estranheza, a reacção, todo o processo de adaptação concluído...iremos sentirmo-nos como que prontos para outra...É pena que não se possa inventar anestesias para todas estas situações da vida...mas podemos sempre ter coragem de nos anestesiarmos a nós próprios...

domingo, dezembro 11, 2005

De resto...tudo numa boa!

Isto a vida está sempre a pregar-nos partidas...e cada vez mais acho que as pessoas não estão preparadas para as enfrentar! Se não vejamos,os pormenores ficam para uma outra oportunidade que enfoque não é esse, e a saturação com umas tantas mesquinhices já não me permite grandes descrições, mas no fundo tudo se pode resumir ao seguinte: fui apanhado recentemente numa bifurcação do destino que me levou a ter de optar por um dos caminhos da mesma...sendo que talvez tenha optado pelo mais sinuoso, atribulado, misterioso...mas que me levou a reencontrar algumas pistas para um dia poder chegar ao destino final...em prol de um bem menos turbolento mas que suspeito viria a transformar-se num labirinto sem saída...e agora perguntam-me...terei tomado a opção correcta? Não faço a mímima ideia, se soubesse provavelmente não estaria aqui sequer a escrever, a perder-me em palavras...mas também...e agora pergunto eu...se já soubesse que prazer tiraria da vida? Se tudo fosse apenas e só o somatório dos dados adquiridos, para quê teríamos sido “construídos” desta forma? O homem é assim e a vida é assim...uma caixinha de supresas...que devem ser encaradas como tal, levando-nos a optar pelas nossas “ocasiões”, pelas “nossas” circunstâncias, pelos “nossos” sentimentos, pelos “nossos” valores, pelas “nossas” vontades...enfim, pelos items que definem a nossa personalidade! Não, não tenho de me justificar, mas parece-me no minimo “anedótico” que surjam entidades desprovidas de fundamento a julgarem por julgar...a opinar sem substância porque se perderam em meia dúzia de pseudo-fundamentos que apanharam nas novelas, reais e ficticias, com que se deixaram educar...e pronto! De resto...tudo numa boa...amigos como dantes, apesar da total irresponsabilidade com que resolveste a embrulhada...e já agora, é só para te alertar que foste um grande sacana!!!...Juizos de valor, preconceitos...??? É assim que as pessoas decidem? É assim que opinam sobre a vida de terceiros? É assim que passam por aqui? Mas tenham lá calma, que um gajo não é de ferro! Bem sei que cairia no mesmo erro se viesse a opinar sobre tais pessoas... Certamente não o farei, nem sequer espelhando-as numa situação idêntica...mas com que lata decidem elas, como quem decide ir passear na praia numa noite de verão, que se se as laranjas são doces...e o chocolate é doce...então a laranja é um chocolate? Uouuu...mas esperem lá, o que me falta aqui? A laranja é um chocolate?!?!?! Qual foi a parte que me omitiram, que eu já não sei como a história chegou aqui? Mas afinal...não, a laranja não é chocolate...assim como a vida de cada um tem detalhes que só ao mesmo diz respeito...e que só o mesmo os consegue entender, porque derivam da sua forma de “viver”...e só é descrita com as palavras que descrevem igualmente a vida dos outros, porque seremos sempre limitados a trancrever o que vai cá dentro...E assim como as palavras são limitadas, toda a comunicação o é...o seu sentido e a forma como é utilizada...tudo o que fazemos e a forma como o fazemos...tudo desde o surgir do problema até à sua resolução...porque inúmeros factores podem levar a ínumeras respostas...se a própria matemática é assim, porque carga de água a vida não o poderia ser! Deixem-se dessas coisas...que de cada um...sabe cada um...e previnam-se apenas, porque a vida é efectivamente uma caixinha de supresas...Ninguém quando directamente envolvido resolve as coisas da forma mais linear, que nem sequer existe....nem nunca o vai conseguir fazer originando que todos à sua volta o possam entender...porque nesse dia, no dia em que “inventarem” decifradores...o brilho vai-se perder....

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Eu tenho dois amores...(Marco Paulo)

Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais
Mas não tenho a certeza
De qual eu gosto mais
Mas não tenho a certeza...
De qual eu gosto mais...
Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais...

Uma é loira e acontece
Entre nós amor, ternura
Tão loira que até parece
O sol da minha loucura...
Mas a outra tão morena
É tal qual um homem quer
Porque embora mais pequena
Ela é muito mais mulher...

Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais
Mas não tenho a certeza
De qual eu gosto mais
Mas não tenho a certeza...
De qual eu gosto mais...
Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais...

Meu coração continua
Sem saber o que fazer
É melhor amar as duas
Sem uma doutra saber...
Que este encanto não se acabe
E eu já pensei tanta vez
Pois enquanto ninguém sabe
Somos felizes os três...

Lalala-rala-ralala
Lalala-rala-rala
Lalala-rala-ralala
Lalala-rala-rala...
Lalala-rala-ralala...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Vida e Alma

A evolução dos conceitos, teorias...alterações dos paradigmas e todo o processo de evolução que ocorreu até hoje deve-se sobretudo à necessidade que o homem tem de se conhecer a si próprio. Criaram-se ao longo do tempo inúmeras especulações que rodaram e foram evoluíndo com o próprio tempo. Mas importa salientar aqui: "a consciência é a unidade de simplicidade e de infinidade". Maior paradoxo não poderia não poderia haver, mas é bastante realista. Por mais que a espécie evolua os grandes mistérios permanecerão sempre como incertezas, já que não há forma de adquerir objectividade em busca das repostas subjectivas. E dessas sem dúvidas se pode afirmar que aquela que mais aflige a espécie será sempre esta: se realmente não existir uma imortalidade da alma, como é que "isto" termina?!?!...
in Análise do capítulo "Vida e Alma", "O Mistério da Saúde"

Porque me esqueci...

Já não consigo...já não sei...tão simplesmente esqueci...agora, depois de tudo, depois de ter vivido aquilo que procurei desconhecendo existir...e agora que já sei, que não restam dúvidas, que não posso voltar a não saber...poderia apenas viver como vivia antes da minha vida nascer...mas agora esqueci como era...não consigo esquecer como é...demasiado belo, demasiado vasto, demasiado vivo... que esquecido me faria de novo viver como sempre vivi...sem aquilo que me enche a alma...mas completo com o que até então nunca esqueci...

domingo, dezembro 04, 2005

Mantorras

Não foi um fim de semana caloroso este...por vários motivos, mais que não seja porque está um frio pouco apetecível...mas também porque foi pouco movimentado, pouco interessante, pouco qualquer coisa...tirando claro está a vitória do glorioso nos Barreiros, já não era sem tempo...e o regresso do génio Angolano...o tal do joelho a menos mas da vontade a mais...olha aí está um belo exemplo de alguém que pode até não ter já o fulgor de outros tempos mas que continua a levantar a moral de uns quantos milhões apenas pela vontade, pela entrega, pelo empenho...nunca há-de ser o novo Pantera Negra, mas ficará para sempre marcado como o primeiro que o pôs num pedestal à parte...o dos imortais...e já não se esperam novos heróis, novos mitos...apenas comuns mortais,alguém que enquanto cá ande tenha a capacidade como ele para levantar um estádio, uma nação...uma alma...mesmo que em proporções limitadas...porque nem todos levantam estádios, mas podem levantar os palcos onde se movimentam...nem todos levantam a nação, mas podem levantar os grupos com quem vagueiam...e essas almas cheias dar-lhes-ão a mesma sensação...Benvido Mantorras...é de místicas como as tuas que o mundo necessita...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Saudade

Estranha saudade esta que me corrói...que me trespassa até ao âmago, como se fosse uma seta afiada...sem compaixão...carregada de ardor, a levar-me à exaustão...até à hora que me fará cair para o lado...a hora em que fará dar-me como vencido nesta guerra sem adversário...será uma ilusão esta saudade de um mundo onde me sinto perdido...saudade por me fazer sair de um onde nunca estive encontrado...raio de saudade esta, como se fosse saudade de um personagem que nunca interpretei....como se fosse saudade de um lugar onde nunca estive...apenas saudade...

Para além do espaço...

Finalmente tenho um blog! já não era sem tempo, neste tempo em que toda a gente que se julga alguém tem um blog...ou já teve, ou vai ter um...estranha gente esta que se julga alguém por ter um blog...quando hoje em dia nem um livro escrito lhes dá essa qualidade ...quem escreve não deve escrever por escrever, deve fazê-lo com arte, com engenho, com sentimento, com vontade...e não porque é moda, ou porque toda a gente o faz ou simplesmente porque sim...mas as pessoas esquecem-se disso e escrevem na mesma, enchem páginas e páginas de nada julgando que isso é tudo...enchem prateleiras daquilo que melhor sabem fazer...de vazios...de futilidades...e equivocam-se...e perdem-se...poderia desenvolver mas o objectivo não é esse...o objectivo será tão só chegar à brilhante conclusão...o cidadão comum, o ser humano do século XXI não vê no espaço...não quer, não sabe, refugia-se em banalidades, em falsas esperanças, em equívocos e principalmente no velho truque da desresponsabilização...passa por cima, limpa para o lado, encosta-te em falsos moralismos ou paradoxalmente em moralismos excessivos sem os entender, sem os conseguir interpretar...é curioso, não por me surpreender, mas por me inconformar, que nesta vida efémera que hoje é vivida ninguém veja no espaço...quando o objectivo nem sequer é esse...quando o objectivo é ver...para além do espaço...

Por isso...ou talvez não...resolvi criar um blog...para poder partilhar com quem quiser entender aquilo que me orgulho de melhor saber fazer...de conseguir observar, de conseguir interpretar, de conseguir ter opinião, de conseguir ter argumentos...que embora por vezes possam ser pouco válidos...ou pouco esclarecedores...ou mesmo descabidos de todo...serão sempre uma base para um bom diálogo...para uma boa discussão...para arranjar um sentido para tudo aquilo que se vai perdendo, que se vai esquecendo...e que qualquer dia nos vai fazer uma falta tremenda...o importante não é estar certo da razão absoluta...o importante é querer estar o mais próximo possível da razão relativa...que é no fundo a nossa, aquela que nos faz cá estar, aquela que nos faz viver...

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Introdução

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem...O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem...