domingo, setembro 10, 2006

Uma estranhamente calma ânsia...

Sensação de leveza meio disfuncional esta...esta estranhamente calma ânsia de te ter comigo a cada momento...um autêntico paradoxo, tal e qual a vida o é... O tempo passa como um vinil incorrectamente colocado, com as rotações invertidas...lentamente, quase parado, engolido por areias movediças...ou então, voando, correndo, mais rápido que a própria luz...não é constante este tempo que por mim passa...e no entanto não o sinto sequer passar...esteja ele como tiver, sereno, ligeiro, passa apenas...
Não, não o sinto...e não o sinto porque tu estás lá...ou melhor, estás cá...estás presente a cada instante, instalada no meu pensamento...cuidadosamente nele inserida, como se de uma lapa te tratasses, completamente agarrada a uma rocha junto ao salgado do mar...mas estás lá apenas e só...sem qualquer pressão...sem reivindicares qualquer ponto excedente, sem qualquer imposição...qualquer necessidade que vá para além de tudo o que por tão natural o ser não ocupa espaço...nem tempo...Custa-me a tua ausência mas é um custar relaxante...porque provém duma paz, duma paz interior difícil de explicar...como se já soubesse que ias aparecer, como se soubesse que já estavas aí...e que por aí vais ficar...aguardando apenas o momento certo, a hora exacta para me contemplares com o teu “eu”...e fazendo explodir em meu redor uma paleta imensa de cores, todas elas misturadas, como um arco-íris num dia de aguaceiros primaveril... E por mais que me esforce, outros ímpetos pairam sobre mim convictamente...escoando sem filtros desde o meu inconsciente, por instinto, por impulso...e tornando-se claros, tão limpidamente claros...o desejo de tocar teus lábios, a vontade de te tomar nos braços...de te sentir profundamente...e contudo mantendo sempre esta estranhamente calma ânsia de te ter por perto...e é essa que me fará aguardar por cada momento, por cada passo, por cada pedaço com a mesma garra e convicção que em mim crescem dia após dia até se entranharem por completo com o aroma do teu perfume...

sexta-feira, setembro 08, 2006

Pena é não te ter encontrado...

Não...hoje não me perdi a olhar o mar...a sua fusão com o céu no horizonte...o bater das ondas, o seu azul infinito...Não me perdi a observá-lo, apesar de apreciar o teu extremo bom gosto...a forma tão graciosa como o fizeste, como tu te perdeste a contemplá-lo...mas eu não, eu hoje preferi perder-me a olhar para ti...Obrigado pela companhia, mesmo que a tenhas feito estando ausente...pena é não te ter encontrado...

segunda-feira, setembro 04, 2006

Moral da historia...

"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que nao amava ninguém...João foi pra os Estados Unidos...Teresa para o convento...Raimundo morreu de desastre...Maria ficou para tia...Joaquim suicidou-se e Lili casou com Pinto Fernandes, que nao tinha entrado na historia..."

(Carlos Drummond de Andrade)

Moral da historia...